O nome de Sorraia deve-se ao facto destes animais terem sido vistos pela primeira vez, pelo Dr. Ruy Andrade, no vale dos rios Sor e Raia, que constituem um dos principais afluentes do rio Tejo - o Sorraia.
Julga-se que este equídeo é um reminiscente ancestral selvagem do cavalo ibérico da região quente e meridional, existindo na Península Ibérica desde o Paleolítico Médio. Este animal, de tipo primitivo devido à sua grande capacidade de resistência e grande adaptação ao local onde se desenvolveu, nem sempre nas melhores condições meteorológicas e alimentares, foi o único que conseguiu subsistir, daí podendo-se concluir que será o mais antigo, autóctone e melhor adaptado ao local onde foi encontrado.

Importa referir a importância da preservação desta raça, sendo uma das raças menos numerosas e em maior perigo de extinção em todo o mundo, não ultrapassando os 200 indivíduos, sendo o número de éguas reprodutoras inferior a 100 animais. Um problema relevante e que se tem vindo a acentuar neste cavalo primitivo é o aumento da consanguinidade média da população e a perda da variabilidade genética, fruto de uma população de reduzidíssimo número e ainda, de possíveis incorrecções no maneio dos acasalamentos dos animais.
1. TIPO - Perfil subconvexilineo, eumétrico e mediolíeno. Animais sobre o pernalta, de ossatura pouco volumosa mas de muito boa textura. Musculatura pobre. Quando magros tomam a forma mulina e quando gordos arredondam.
2. ALTURA MÉDIA AO GARROTE - Medida com hipómetro nos animais adultos:
Machos: 1,48m
Fêmeas: 1,44m
3. PELAGEM - Varia do baio (pardo amarelo) claro ao baio torrado, ou do rato (pardo rato) claro ao rato escuro, sempre com lista de mulo. É mais ou menos gateado ou zebrado nos cabos e por vezes noutras partes do corpo. Crinas fartas e bicolores, com cerdas escuras na linha do meio e das cor do corpo na parte mais externa. Cauda igualmente bicolor, formando uma borla na sua base. Extremidades (ponta dos orelhas, focinho, e membros) sempre em tom escuro.
4. TEMPERAMENTO - Arisco no desbaste, torna-se manso e tolerante no trabalho. Reage com agilidade e finura às ajudas do cavaleiro. É por vezes reparador. O macho inteiro, se bem que manso, tem muita vivacidade.
5. ANDAMENTOS - São correctos, não muito extensos nem saltados. São arredondados mas não muito elevados. Podem manter velocidades notáveis por um longo período.
6. APTIDÃO - Sela e pequenos trabalhos agrícolas.
7. CABEÇA - Rectangular e seca, de perfil subconvexo, crânio nitidamente inclinado em relação à face, que é bastante comprida. Os olhos expressivos, inseridos em órbita elíptica truncada posteriormente e situada acima da linha occipito-incisiva. As orelhas são sobre o comprido, secas e móveis, de implantação algo atrasada devido à inclinação do crânio.
8. PESCOÇO - Bem inserido, esbelto, de comprimento médio, invertido nos animais magros, armazena gordura para a época da fome, fazendo com que se transforme e apareça rodado no animal gordo.
9. GARROTE - Bem destacado e muito extenso, liga-se quase a meio do dorso por uma linha suave.
10. COSTADO - É extenso e composto de costelas chatas e compridas que guarnecem bem o flanco.
11. PEITORAL - Não muito largo mas musculoso. O cilhadouro está bem situado sob o seladouro. O tórax é profundo e não muito largo.
12. ESPÁDUAS - De comprimento médio, são secas e relativamente oblíquas.
13. DORSO - É curto, horizontal e destacado das costelas.
14. GARUPA - De largura e comprimento médio e de forma elíptica, deixando ver a crista sagrada saliente com perfil subconvexo.
15. RIM - É curto, largo e convexo e encontra harmoniosamente, sem ressalto, a garupa.
16. MEMBROS ANTERIORES - Ligeiros de osso, mas bem aprumados.
Sem comentários:
Enviar um comentário